TECELAGEM PLANA-Conceitos Básicos: Classificação das Fibras e Ligamentos Têxteis

O processo de tecer é uma das atividades mais antigas que se conhece e, o resultado deste processo - os tecidos - mantém grande importância por estar associada a diversas utilidades, entre elas nossa necessidade diária de vestir-se.
Se no passado eram encontradas poucas opções de fios para tecer, em sua maioria oriunda basicamente de fibras naturais, atualmente o têxtil acompanha a evolução dos processos industriais. Para complementar as fibras naturais, que ainda são encontradas no mercado, hoje as industriais oferecem uma infinidade de opções de fibras e fios produzidos artificialmente, que compõem estruturas têxteis que vão de delicadas gazes a tecidos com alta performance (como exemplo o kevlar - nome comercial para a fibra sintética muito resistente e leve utilizada em coletes à prova de balas).
Temos basicamente duas formas de tecer, a artesanal e a industrial. Guardada as devidas proporções, tanto na tecelagem artesanal, quanto na industrial, encontramos termos e conceitos próprios deste fazer e, seu conhecimento, para quem pretende ou trabalha na área é de fundamental importância para a correta aplicação e manuseio dos tecidos.
Sendo assim, o processo de tecer, na tecelagem plana, consiste basicamente no entrelaçamento de fios de forma ordenada ou desordenada, construída a partir do cruzamento dos fios de urdume e trama. O urdume, ou teia, são os fios dispostos no comprimento do tecido e, a trama é composta dos fios que cruzam, em ângulo reto, os fios do urdume.
Antes de entrar no assunto da estrutura dos tecidos, é importante ter conhecimento que a industria têxtil utiliza diferentes espécies de fibras (que são transformadas em fios e/ou filamentos) provenientes do reino animal, vegetal, mineral e, as que são quimicamente produzidas pelo homem. Desta forma, o esquema abaixo demonstra, de forma resumida, as classificações existentes:


A maneira que determinamos o entrelaçamento dos diferentes fios utilizados no urdume com a trama é chamada de ligamento. Cada ligamento utilizado na indústria têxtil possui uma representação gráfica, a partir de um “quadriculado”, onde as colunas verticais correspondem ao urdume e, as horizontais, as tramas.
Desta forma, os espaços preenchidos correspondem a “evolução” do urdume, ou seja, no espaço “preenchido” o fio de urdume está passando sobre o fio da trama. Existem uma infinidade de possibilidades de combinações, mas cabe salientar que os ligamentos que são considerados básicos correspondem à:
Tela: também denominado tafetá e é a mais simples das armações com base de aspecto homogênea, formada pela alternação em duas direções. Alguns nomes comerciais para tecidos com este ligamento: lona, percal, popeline, gorgurão, gaze, etc.
Sarja: tem como principal característica um relevo em diagonal, as quais podem ser observadas em toda a largura do tecido.
Cetim: o ligamento denominado cetim confere aos tecido uma face sem a formação de um “padrão” pois apresentam um reduzido numero de entrelaçamentos entre o urdume e a trama.
Para que esse entrelaçamento se transforme em tecido em um tear, outros aspectos técnicos precisam ser rigorosamente obedecidos, como: a quantidade de quadros no tear (que vai implicar no esquema de passamento dos fios do urdume nesses quadros), densidades de urdume e trama, titulagens de fios, processos de acabamentos, entre outros aspectos que são importante para compor a estrutura do tecido.


Nas próximas edições, esse assunto terá continuidade para que o leitor iniciante nesse assunto adquira um conhecimento básico de aspectos e conceitos técnicos dos têxteis.

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